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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Três questões de análise de texto.

O Texto que você vai ler é um editorial e foi publicado no jornal “O Tempo”, de 07/04/2010.

O dever de casa

O Rio foi duramente castigado, a partir de anteontem à tarde, por um temporal que já dura mais de 24 horas. Em consequência, a cidade entrou em colapso. A água alagou todos os corredores de tráfego mais importantes, interrompendo o trânsito. Faltou energia elétrica em vários bairros. Pararam o serviço de trens, o metrô e os aeroportos.

Muitas pessoas só conseguiram chegar em casa no dia seguinte, isto é, ontem. Por isso, o prefeito determinou que as escolas não funcionassem e que as pessoas não saíssem de casa, aguardando o restabelecimento dos serviços urbanos. A ponte Rio - Niterói foi fechada no sentido Niterói - Rio porque o Rio não tinha condições de absorver o trânsito.

Mas o pior aconteceu nos morros, onde habita a parte da população mais carente. Até ontem à tarde, contavam-se 95 mortos, além de feridos, vítimas de deslizamentos de encostas que soterraram seus barracos nas favelas. Todos os mortos habitavam áreas de risco, que foram ocupadas irregularmente.

As chuvas deste início de ano estão sendo a desgraça de muitos governantes. Primeiro, foi a tragédia de Angra dos Reis. Depois, as inundações em São Paulo, que colocaram na defensiva o prefeito e o governador. Agora, essa catástrofe no Rio, expondo o descaso de seguidas administrações que não resolveram alguns problemas crônicos da cidade.

A natureza, o clima e o aquecimento global têm parte nesses desastres, mas a responsabilidade maior é dos homens e, entre esses, dos administradores públicos. As chuvas apenas expõem a precariedade da infraestrutura de nossas cidades, que nunca estão preparadas para enfrentar as intempéries, já que as obras são ditadas por interesses eleitoreiros.

Alguns moradores do Rio comentavam, ontem, que até hoje nenhum prefeito da cidade foi capaz de acabar com os alagamentos da praça da Bandeira, na Zona Norte. Não tem desculpa: se não o fizeram foi porque não quiseram.

1. Nos jornais diários, geralmente o editorial está relacionado a um assunto do momento. No texto lido, que fato motivou o editorial?

a) O fechamento da ponte Rio - Niterói.
b) A tragédia em Angra dos Reis.
c) Chuvas fortes no Rio de Janeiro.
d) Interrupção nos serviços de trens, metrô e aeroportos.

2. O editorial é um gênero textual que se organiza como um discurso argumentativo. Por esse motivo ele deve apresentar elementos característicos do gênero. Marque a alternativa que apresenta informação incorreta sobre a estrutura do texto “O dever de casa”.

a) Os quatro primeiros parágrafos apresentam a ancoragem, ou seja, introduzem o assunto a ser tratado no texto e já apresentam algum tipo de julgamento de valor.
b) A tese inicia o terceiro parágrafo: “Mas o pior aconteceu nos morros, onde habita a parte da população mais carente.”
c) No penúltimo parágrafo do texto, o autor expõe uma opinião, apresenta, finalmente, a sua tese: “A natureza, o clima e o aquecimento global têm parte nesses desastres, mas a responsabilidade maior é dos homens e, entre esses, dos administradores públicos”.
d) O texto, considerado de forma global, tanto é opinativo quanto informativo.

3. Leia novamente: “A natureza, o clima e o aquecimento global têm parte nesses desastres, mas a responsabilidade maior é dos homens e, entre esses, dos administradores públicos.” Marque a alternativa falsa.

a) O conectivo mas estabelece relação de oposição entre as orações.
b) O pronome demonstrativo esses deve ser substituído por estes para que fique de acordo com a norma culta.
c) Esses também é um elemento que confere coesão e coerência ao texto já que retoma o termo homens, evitando repetição.
d) É correto afirmar que o verbo ter, utilizado no plural, é elemento coesivo já que concorda, de forma correta, com o sujeito da oração.

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