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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Paidéia em Miguel Arroyo

Olá leitores,

Ufa! Uma pausa para dar o ar da graça aqui neste meu querido lugarzinho.

Em minhas leituras desde dezembro deparei-me com um livro que trata da educação de uma forma poética e extremamente hipnotizante: "Imagens Quebradas" de Miguel Arroyo.

Já finalizando a leitura, vislumbrei o termo Paidéia. Mesmo depois de tantos anos de profissão e de formação continuada ( e mais uma vez constato que é preciso estudar), precebi que não reconhecia o conceito exato do termo.

Sem uma fonte de pesquisa naquele momento pensei em pedagogia inicial ou talvez uma pedagogia aplicada no início da história das instituições de ensino.

Agora, depois da pesquisa, aprendi.

A Paidéia é a concepção de educação dos antigos gregos. O importante não era aprender um ofício. Não havia aqueles que ensinassem a fazer. A Paidéia ensina a ser. A ser livre . Miguel Arroyo fixa, em sua  teoria da educação, que para que haja uma real transformação na educação de nosso país, há necessidade de docentes e educandos que tenham condições de exercer um direito que lhes é inato: LIBERDADE.

De fato, depois que se é livre, é possível fazer escolhas entre o que saber e o que não saber. Entre o bom e o mau. Essa liberdade não se restringe ao direito de ir e vir. Lembremo-nos de Nelson Mandela. A liberdade lembrada por Arroyo é a liberdade de ser.

Uma sociedade livre, que tem a ousadia de buscar informações sobre toda sua cultura e sobre a história dessa cultura, seus vícios e virtudes, sua vitórias e derrotas, seus preconceitos, suas tradições, sua origem enfim, é capaz de exercer essa liberdade de forma a fazer escolhas que lhe convém enquanto sociedade. Livres, somos capazes de desvendar interesses particulares que se apresentam como coletivos.

A Paidéia, é a pedagogia da liberdade e do conhecimento de nossa origem e depois de nossas tradições.

Hoje, formar apenas crianças que saibam ler e contar já não é mais suficiente. É preciso que as crianças saibam ser. É preciso que deixemos com que elas conheçam sua história e a partir daí possam refletir sobre ela. Crianças que se tornem adultos capazes de transformações. Leio novamente a citação de Piaget presente no topo deste blog. Precisamos de pessoas que possam criar, transformar, já que o que aí nos apresenta, anda tocando pavor.

Que o ideal da Paidéia possa retornar ao vocabulário docente e pedagógico, tão acostumado com modismos, ilusões e mentiras.


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